27/08/2009

in-Variável

Ou... Por essas e outras coisas
Poema recitado a partir de três formas de leitura.


Recitação: Hercília Fernandes
Gravação e arranjo de violão: Marcus Vinícius


Não é porque a noite se mostra negra
que esqueço o brilho das estrelas
esqueço o brilho das estrelas
porque a noite se mostra negra
Não é por não dispor chaminé
que desacredito em papai Noel
desacredito em papai Noel
por não dispor chaminé
Não é porque o Sol se enfada se deita
que anuncio novo dia
anuncio novo dia
porque o Sol se enfada se deita
Não é porque a lua se apresenta gueixa
que afago cometas e vaga-lumes
afago cometas e vaga-lumes
porque a lua se apresenta gueixa
Não é por essas e outras coisas
que amo esse mesmo outro homem...
amo esse mesmo outro homem
por essas e outras coisas...



Arte: Marc Chagall

*Postagem inteiramente modificada em 30/08/09.
**Texto também postado em O.gato.da.Odete.

24/08/2009

Dor em três atos no Poema Dia


Essa dor...



I -

não mais cretina

não mais ladina

caudalosa

rósea

cor

tina


II -

dilacera

alma

gentil

curva-

-línea


lápide

álgida

escarla-

tina


intacta

crua

muda

mole

fina


III -

fere

desce

serpentina


chove

engole

rosne

finda

!

.

.

.




* Texto escrito entre 16 e 17 de julho de 2008, revisitado pela autora em 24 de agosto de 2009 e publicado no Poema Dia.

** Poema repostado in te gral mente, no HF diante do espelho, em 25-08-09.


20/08/2009

dA dÁ

Poema-recorte a partir de Tristan Tzara

Clique na imagem para ampliá-la.



Texto também postado em O.Gato.da.Odete e em matéria

contextualizada no Maria Clara: simplesmente poesia.


18/08/2009

Re(s)postando (4)

Cancioneiro de primavera



Era primavera.

Havia pássaros e tinham borboletas.

Um grilo insistia em um monólogo.

Os raios finais da tarde acenavam para o lado noturno da hera:

cancioneiro de primavera!

Havia uma menina sentada no banco da praça: a espera!

Havia um olhar distante, distraído em alguma paisagem perdida.

Havia um relógio: sem batidas!

Havia um bêbado no canto: em pranto!

Havia um chinelo azul.

Tinham tamancos cor-de–rosa e uma carta envelhecida de baralho.

Havia parede, teto, assoalho...

Marcas de pés descalços; olhares sem óculos, sem esquadros.

E, lágrimas deslizavam ao longo do corredor oblongo decorado.



Passeio ao crepúsculo: Van Gogh.

Texto escrito em 04-02-08.


17/08/2009

Ma-gritte, Nina Ri-se

Arte: René Magritte

há homens chovendo
num quadro
e há infinitos quadros
de crianças que chovem
abandonadas em estações...

by Nina Rizzi.


Amigos,

...........convido-os à leitura do artigo "Ma-gritte, Nina Ri-se". Texto que propõe refletir as atmosferas poéticas e contextualizações conceituais intrínsecas ao poema “ma-grittando”, da poeta Nina Rizzi, publicado no "Maria Clara: simplesmente poesia". O artigo encontra-se disponível no Novidades & Velharias.

11/08/2009

inatingível


Arte: Susan Bourdet



Talvez ele tenha querido até mais...

se enrolado nos lençóis, nos travesseiros

quando mudo se fez coito, cio, tenaz.


Talvez ele tenha perdido a fé e a paz

na inoperância do verbo que, a tudo promete,

...............................boa sorte não traz.


Talvez seu mundo uma fábula

sem uva, sem meia, sem luva, sem ais.


Pavio que esbraseia:

....................................“tudo bem, tanto faz”...



Também, as uvas estavam verdes!...


10/08/2009

Mar vagabundo no Maria Clara: simplesmente poesia


Mar revolto: José Cavaliere


Há um mar em mim.

Um mar de águas revoltas.

Nuvens pesadas circulam passageiras

Areias, em fileiras, atiram-me ao fundo

quase sempre certeiras...



*Para continuar lendo, visite o Maria Clara: simplesmente poesia.


05/08/2009

alvo

Gustave Courbet



Teci as flores em vermelho

.sol..náutico..índigo & brim

.quando fatal-

.......................mente

....................se desbotavam

nau frágil entre-

...........................meio

...................................clarim

era alvo

céu..mar..penh(a)sco

................................jaz mim...



"O sonhador, em seu devaneio, não consegue sonhar diante de um espelho que não seja profundo."

(Gaston Bachelard)