– reflexo de si mesmo,
que inscreve o outro em
mim
dia a dia
noite a noite;
madrugadas a esmo,
enfim –
reluz
embaça
esvoaça trovas e trovoadas
às palavras que, íntimas, se
reconhecem
ditas
ouvidas
dilaceradas...
porque urgência é
reconhecer-me
face a face
verbo a verbo
do verso ao ato, – ao sexo
em sua língua
tato
.......................reflexo
mas a contingência arrefece
também a miragem...
o objeto, a sensação; a
palavra adejante ao espírito,
– à carne
que se inscreve tardia e
delirante no cio
possa eu luzir no espelho
chama vela
pavio?
inverno
que é simultaneamente
estio?
primavera
de
.......rio
..........som
..............brio?
beleza
que se anela à linguagem do
corpo
febril?
possa eu a porção (im)pronunciável
do vazio?...
h.f.
14 mai./2014