29/01/2011

impressão




Águas alargam-se...
e eu emoldurada à última paisagem, evasão, sentido

Desejava um sol noturno, um verso original,
mas quando a emoção é imensa, ínfimas são as palavras

Mal sinto a tua vastidão...
pois necessito-me mãos, dedos, lábios, movendo-me o espírito

Já não escondo sentimentos, também não os vivo...

Desalinhados são meus passos
Desafinadas agem-me as ondas

Haverá, no alto, música?...

No mar, ela entoa-me desconhecida
E eu alinho/desalinho raios então impressos/dispersos em mim



*Imagem localizada no blog Entrelinhas.
* Texto também disponível em O Gato da Odete.

18/01/2011

a lento




as águas se apresentam paradas
tamanha a quietude, o recolhimento

sei que ondas não tardam revoltas
bravas são as mostras do sentimento

entre tempestades
coexistem bruma e orvalho a menos

mas já não me sinto solitária...

a inquietude nos acordará
novamente nos adormecerá


a lento


08/01/2011

tamanho

Falta mais para tingir o pano
Falta faz um rio sangrando
Falta traz paixão ou engano
Falta [me] apraz:

o coração é tamanho!




Talvez ainda haja o que dizer:

um pássaro uma flor
uma pedra uma dor
uma canção um amor...

As coisas se transformam
Se pensando ando em você

Só o sentimento permanece intacto

:

derradeiro





*Poema também publicado em O gato da Odete.
*Foto localizada aqui.
"O sonhador, em seu devaneio, não consegue sonhar diante de um espelho que não seja profundo."

(Gaston Bachelard)