26/02/2011

feiúra rósea


quis cicuta
estricnina

repetição cretina:

ora eu
ora você

quis esvair candura
a feiúra rósea

por todos os poros
esporas

a mim
a ti enrijecer



*Imagem localizada aqui.

19/02/2011

(des)calça

e ela chorou...
mergulhou naquelas palavras

cem tiras



todas foram ditas
as que não vieram
não tinham razão
nesta existência

deixemo-nas às posterioridades...




*Imagem disponível aqui.

14/02/2011

candeias

ontem morri,
não entendi por quê...




O caminho é verdejante.
Onde alastra sangue, flor semeia.

Brancas. Azuis. Vermelhas.

Flores para luzir candeias,
guiar a cegueira que, no mundo,
vagueia.


(23 jan. 2009)


*Texto em intertextualidade ao poema A rosa de Gaza, de Georges Bourdoukan.

10/02/2011

cata vento


ando tão infantilizada...
sinto-me rodar rodar rodar
de-leito

:

carro-céu




*Imagem localizada aqui.

à francesa


sorriu, vestiu-se,
foi-se à francesa
não deixou nome,
e-mail, celular...

:

sob(r)mesa





*Imagens localizadas aqui e ali.
*Em intertextualidade com Hosana Fontes, via Facebook.

do sim




tenho a leve impressão
de ouvir a sua voz

mas, não!

deve ser “o sim”
na minha (in)consciência
emocional

:







*Imagem localizada aqui.


09/02/2011

de amar poesia

Aos irmãos e irmãs da blogosfera que, assim como a Talita Prates, concebem que:


(clique para ampliar)


hoje abri as janelas
quantas coisas belas, descortinas,
eu vi?

a poesia vibra
além de nossas esquinas...




08/02/2011

de voo

Ao querido poeta e amigo Fouad Talal.



há branco

azul
entranho

cinza
silêncio
violeta

plano
desfronteira

:

de voo



*Imagem sem indicação de autoria.

ludicidade

"a poesia tem uma felicidade que lhe é própria
independentemente do drama que ela seja levada a ilustrar".

Gaston Bachelard
in A poética do espaço (2005).



 foi engano...

não era motivo
romance
ou espanto

pranto?
não creio...

havia riso
viço

:

recreio



*Imagem localizada aqui.

06/02/2011

borrões de rio


estou cansada

de mim
de você

da ideia de você em mim

:

dessa ausência de vida


lavrei as páginas

com olhos borrados
por lástimas

chuva de nós

nada deixei no lugar
tudo se transforma

ensopa

no borrão de rio


mesmo assim, assim, voo
não vê?

há/a saudade


*Imagem localizada aqui.

"O sonhador, em seu devaneio, não consegue sonhar diante de um espelho que não seja profundo."

(Gaston Bachelard)