30/12/2015

Por isso...

Sabia das idas
e vindas
da escassez

Por isso te amei
como se primeira
fosse a última
vez


h.f.
30 dez./2015


22/12/2015

Não é amor...

amor
sem esperança 
é sofrência - não é
amor...
é aliança baseada
na ausência,
na dor


h.f.
22 dez./2015


Até as canções


Sabes tanto de mim...
até as canções
de início, meio e fim.


h.f.
21 dez./2015



21/12/2015

19/12/2015

Cansada...


Cansada de viver num mundo em que as pessoas não respeitam faixas de pedestres, vagas de cadeirantes, sinais fechados e outras normas de boa convivência no trânsito. Cansada de viver num mundo em que as pessoas furam filas, recebem um troco a mais e fazem vista grossa; que dão um "jeitinho" em tudo, até no que não deviam dar... Cansada de viver num mundo onde impera o individualismo em sua forma mais feia e pequena. Natal, às culturas cristãs, é renascimento... que saibamos renascer das cinzas, compreendendo que o mundo não existe, somente, a nosso serviço e bel-prazer.

h.f.
19 dez./2015



 

07/12/2015

Nada não...

Pedi uma coisa
bonita
Ele veio com uma
bem feia

Nada não...

A beleza também
sapateia


h.f.
7 dez./2015


Pra te encontrar...

corro feito maratonista
avanço sinal vermelho
sem dar na vista


h.f.
7 dez./2015


06/12/2015

Do amor em minhas lágrimas

Tinha uma vaga noção
das mágoas...
De quando lhe falava
da minha perdição
ao sucumbir à sedução
das palavras

O rancor não lhe permitiu
sentir
amor em minhas lágrimas


h.f.
6 dez./2012


01/12/2015

Por ser tanto


Amar você,
tanto assim,
faz-me querer
ficar e partir

Amor
e dor
rimam dentro de mim


h.f.
1 dez./2015


29/11/2015

Do que (não) quero...

Não quero arranhar
seus discos
Nem ferir-lhe os quadros

Quero seu gozo
y precipício

Dos riscos aos meus
traçados


h.f.
29 nov./2015


28/11/2015

Existe

um lugar só meu
Nele, há quem saiba
me ver
O vazio é tanto...
Nada
(ou ninguém)
vem me preencher.


h.f.
28 nov./2015


Sempre lutei...

Pra ter voz
Pra ter vez
Pra dizer
sim
não
ou mesmo
talvez
Pra ser protagonista
E não
Era uma vez...


h.f.
28 nov./2015


27/11/2015

Não é só um...

é uma estrutura complexa
de dominação
que se revela nas miúdas
e graúdas
coisas


h.f.
27 nov./2015


Adversa, existo...


Pensa que lhe pertenço...
Tenta coibir qualquer expressão
adversa aos valores de sua casta
Não recordo de vender-lhe
a alma...

Existo.


h.f.
27 nov./2015


26/11/2015

Muito além


Pra completar a pintura
do quadro...
sonhei com a sua vinda.

Tudo é tão simbólica e
corporeamente entranhado,
vai muito além da retina.


h.f.
26 nov./2015


Pudesse,

não recuperaria
as canções em dó 
maior
por tanto amor
lhe dediquei

devolver-me-ia
inteira!

no mar das ilusões,
à mercê
dos ventos 
das ondulações,

só...
naufraguei


h.f.
25 nov./2015



*Em diálogo com a canção "Devolva-me", na bela interpretação de Adriana Calcanhotto.


23/11/2015

In_vestida


Não valorize
a hora da partida:
– viva o momento
em que estou!

Não lamento
a indelicadeza
do amor

Na beleza surtida
sou também
flor


h.f.
23 nov./2015



Lá estarei...


Dize-me onde,
quando, a que horas

Lá estarei... com uma
cesta de amoras!


h.f.
23 nov./2015


22/11/2015

Condução


é difícil sentir-se sozinha
sobretudo nos momentos
em que a vida se nega
a um acaso
um agrado
um emplastro
– até mesmo bom empurrão!
mas trago a sensação
de estar externa às linhas
e viver sozinha
desvela tão minha... condução.


h.f.
3 set./2012


Em quase...


O povo, lá na vizinha,
adora um barraco...
Aqui, vejo-me sozinha
em (quase) completo
silêncio e anonimato.


h.f.
22 nov./2015


Desde o início


Soube
desde o início:
"você é a minha pessoa"

ainda que não...


h.f.
dia desses...


Contrariando (a) Pessoa...


Quando a alma é,
ou se quer, pequena
vale (tudo) a pena...


h.f.
22 nov./2015


De certo


O maior desafio,
penso eu, na tentativa 
de desconstruir a musa, 
é abandonar dicção
sedutora

(e as anáguas que, de
certo, acompanham-na...)


h.f.
22 nov./2015


21/11/2015

Sou assim...

Catadora de sensações
passadas
recheadas de agoras


(Benjamin_ando...)



h.f.
21 nov./2015


Pessoa em movimento


Poemeto escrito a partir da escuta de "Fernando", 
canção do grupo Abba (1976).




Tinha um menino


Na efervescência
dos blogs,
tinha um menino
que me chamava
"agá"
era tão afetuoso...
saudades de sentir
a essência desse
poeta-menino


h.f.
21 nov./2015



Desta vez,

a tempestade não
veio a meu favor...
Veio para dissipar
as nuvens da in-
segurança
reiterar que meu
sentimento pulula
feito criança
e é todo seu, meu
amor.


h.f.
21 nov./2015



20/11/2015

Não consigo dormir


tenho febre
 cansaço
não consigo
dormir
com o beijo
desarticulado
ao traço


h.f.
20 nov./2015


Fernando

A partir da escuta de "Fernando",
canção do grupo Abba (1976).


Sempre soube da poesia
em seu nome:
 pessoa em movimento

Não sei sonhá-lo em face
de outro vislumbre

Seu nome é sinestesia
e estranhamento.


h.f.
20 nov./2015


Por sorte ou azar


E se eu
por sorte ou azar
não mais te
amar?


h.f.
20 nov./2015


Isso não é poesia...


Cê sabe o que é
a vida em suspensão?
Os anos passam
Algumas coisas acontecem
Menos o que acrescentaria!

Não, isso não é poesia...
É privação.


h.f.
20 nov./2015



19/11/2015

É sempre assim...

entristeço
sem chegarmos

ao fim


h.f.
19 nov./2015


Depois


Depois de um dia
e uma noite
de amor
o silêncio me agasalha
aquece o vazio
do cio
que não é fogo de palha


h.f.
19 nov./2015


18/11/2015

Sem promessa


Que a humanidade
releve
meu egoísmo
ou insensibilidade

meu mal é amor...
sem promessa de felicidade.


h.f.
18 nov./2015



As horas são amoras


O mundo em caos
e eu nesse estado
interessante
em que as horas
são amoras
a adoçarem meu
semblante


h.f.
18 nov./2015


17/11/2015

Manifesto


Por uma imagética
sustentável

renovável a cada
manhã


h.f.
17 nov./2015


Disso que precisamos


A gente precisa
disso...

fechar (ou abrir)
esse ciclo


h.f.
17 nov./2015



Mais que tudo...


Cê nada entendeu...
O desacerto
penso eu , foi meu.

É mais que tudo...
Tanto que dói existir.


h.f.
17 nov./2015


15/11/2015

Quando


quando tudo é vontade
e tudo que é prolifera

saúdo a transitoriedade
e ressurjo primavera.


h.f.
16 nov./2015


E...















quando a manhã chegar,
faço-me Scarlett O'hara...
levanto a sobrancelha
e convenço-me que é
outro dia


h.f.
15 nov./2015



14/11/2015

Sim...

sabia do ciúme
do desejo de posse
dessas coisas veladas
tão arraigadas
que rebaixam uma
alma revolucionária


h.f.
14 nov./2015


13/11/2015

À aurora do caminho


tudo o que sonhamos,
abandonamos à aurora
do caminho:

a flor
o orvalho
o espinho

o agasalho fora do ninho.


h.f.
13 nov./2015


02/11/2015

Ressaca

Morro cada vez
que sim...

Que entrego-me
às águas
turvas
do sentimento

Quisera
naufragar...
sem tornar-me

ressaca


h.f.
2 nov./2015



Quando você se foi...


QUANDO VOCÊ SE FOI
até as flores, vívidas a dois,
fizeram-se plásticas

"tão paradas e frias e mortas"


h.f.
8 out./2010


01/11/2015

é, simplesmente


porque (ele) tem a ver
com a minha confusão
que não é santa
nem laica

é,

simplesmente


h.f.
1 nov./2015


31/10/2015

excesso & escassez


tudo em mim
era excesso
& escassez
trans_bordava
estiagens


h.f.
31 out./2015


Entre um beijo e um adeus


deixou-me ir...
quando o meu desejo
era ficar
– permanecer entre 
um beijo e um adeus

seu amor é, foi pouco...
e pouco sabe (ou soube) 

de mim


h.f.
31 out./2015


25/10/2015

Sempre que digo


sempre que digo:
"te amo"
morro um tanto
mais

afago o inimigo
o vilão que mitigo

à paz


h.f.
25 out./2015




14/10/2015

O POEMA

tem boa rima
– enzima valorosa.

Convém cortar
a algema:

a prosa...


h.f.
14 out./2015

10/10/2015

Pensei que fosse você


pensei que fosse você...
meu coração até se encheu
de alegria

ilusão...

nada sei da imaginação
do sonho que alçaria
enfadonho ao meu ser.


h.f.
10 out./2015



07/10/2015

palavra restrita


tento escrever-te...
os versos chegam-me
poucos e vãos

a minha melhor escrita
terá palavra restrita
à troca de saliva
ao toque das mãos.


h.f.
7 out./2015



04/10/2015

(des)indicadores...


gastei o dicionário:
o ritmo
o grunhido
 as palavras

só não gastei 
o sentido

itinerário com qual 
me lavras


h.f.
4 out./2015



15/09/2015

O que lhe disse

(na noite em que deixei-me
embriagar de vinho
e poesia)

é a verdade 
que acorda-me as manhãs,

escova-me os dias


h.f.
15 set./2015



Pra não dizerem-me...


Pra não dizerem-me triste,
pus base, pó, rouge...
Desenhei o melhor sorriso
e as sobrancelhas em riste

Pra não dizerem-me triste,
olvidei que a tristeza urge
e a felicidade inexiste...


h.f.
15 set./2015


13/09/2015

até quando?


porque o que sinto
é tamanho
devora-me luas inteiras

até quando a sua
demora far-me-á
perder as estribeiras?



h.f.
13 set./2015


acaso


se foi uma ilusão

de ótica
de lógica

que importa?!

o acaso não tocou-me
à campainha

à porta

sequer às horas em que ousei
(a)largar-me em desacertos possíveis



h.f.
23 mar./2013



*Do livro "Poemas de: chamados, esperas & (a)fins", no Prelo.

22/08/2015

De outras (h)eras


o cheiro das flores
aspirei
de outras
(h)eras
o sentimento
se fez presente
a dor...
primavera.


h.f.
22 ago./2015


20/07/2015

entre otras cositas más


nunca fomos amigos
– estávamos mais para canibais
nos comíamos com os olhos
com as letras e com os umbigos
entre otras cositas más...


h.f.
20 jul./2015


16/07/2015

quase me perco...


e lá vem pedra...
quando é chama,

amor. 

vago na efemeridade
do instante
– quase me perco...
a brisa é passageira
o sentimento, abismo.


h.f.
16 jul./2015



15/07/2015

tão, tão...


amar você...
um pleonasmo perfeito.

tudo tão, tão...
imensidão que espreito.


h.f.
15 jul./2015


22/06/2015

ah, os (des)encontros...


paradoxo
é tanto querer
e pouca possibilidade de
ah, os (des)encontros
sequer deveriam
existir


h.f.
22 jun./2015


21/06/2015

amar você


amar você
é enchente
é estiagem
paradoxo
de quem vive
/ morre
de vontade


h.f.
21 jun./2015


18/06/2015

nem mesmo o amor


E de repente
já não sinto dor
ou angústia
nem tudo que é latente
torna-se permanente
nem mesmo
o amor


h.f.
18 jun./2015


31/05/2015

Da (velha) novidade


Repito palavras
e títulos
Atribuo novos sentidos
a velhas paisagens.

Poesia é reinvenção...
Não necessariamente
descontinuidade.


h.f.
2 mai./2015



27/05/2015

Uma pra estrada



















Enquanto uma canção percorre
máquinas e nuvens
Eu chego até onde ela está
Provando que a ciência é útil.





















Música pra ela
Música pro cara sem ela
Simples assim...



















01/05/2015

Ainda que...




Precisava sentir a sua presença...
Ainda que eu dissesse: não!
Desdenhasse o sim; ignorasse o senão.


h.f.
01 mai./2015



21/04/2015

Resistir...


ao dito
não dito
ao pé
do ouvido
ao escrito
(mal) parido

até (não) existir.


h.f.
21 abr./2015


11/04/2015

e, no entanto...

"...maybe if I told you the right words
At the right time you'd be mine".




sinto tanto, tanto...
e, no entanto,
nada posso fazer.


h.f.
11 abr./2015


10/04/2015

à medida


hoje não passei batom
quis a boca assim:
des_colorida
o tom
à medida da ferida

entreaberta...


h.f.
10 abr./2015


12/03/2015

Amor medonho



Não foi um sonho...
Havia mangueiras, goiabeiras, roseirais.
Açude, parede; casas na ribanceira
onde lençóis flutuavam
nos varais.

Não foi um sonho...
Havia um homem, uma mulher
arvoredos e cânticos de pardais.
Um amor medonho nas colinas, no lajedo,
nos postais.


h.f.
28 fev./2009



*Poema que integra o livro Nós em miúdos (Editora Patuá, 2013).
Disponível para aquisições aqui


01/02/2015

(des)encontros


disseram adeus algumas
toneladas de vezes

voltavam atrás...

a saudade é peso
que não se consegue suportar.


h.f.
31 jan./2015



*Imagem localizada aqui.

24/01/2015

Se te chamo




vejo-me na solidão
dos espelhos

na ilusão do não dito

materializado em versos

se te chamo,
o chamado é vão

– esqueço

tanto que o vivido, 

amado 


aqueço 



h.f.
2 dez./2014



Todos verão


esquecê-lo é sua meta,
– determinação.

na vida não convém
véspera, sim ou não.

Clarabela fechou a janela
não aguarda a primavera,

todos verão...


h.f.
27 jun./2010




*Poema republicado. Veja postagem anterior aqui.


De mansinho


a chegada
é sutil
a saída, brusca

não vai...
vem à francesa.


h.f.
22 jan./2015


"O sonhador, em seu devaneio, não consegue sonhar diante de um espelho que não seja profundo."

(Gaston Bachelard)