24/02/2014
sandice
ENQUANTO você sonha
me devora em sua sandice calado
eu ponho meus óculos de sombra
e me afogo na superfície
do aquário
h.f.
21 mai./2009
*Do livro Nós Em Miúdos (Editora Patuá: 2013). Prefácio do poeta Lau Siqueira.
23/02/2014
'cem' des_culpas
E NÃO adianta vir
com esse olhar de quebra-
ossos
com essa quase presença
que produz fraqueza,
oficina do ócio
com esse grave que sensualiza
ora é mórbido
com essa cara de quem foi só até a esquina
h.f.
23 fev./2014
15/02/2014
saldável
A PALAVRA era fugidia
demasiadamente vaga,
embora tardia
não era o que a minha
alma sonhadora sol_via
nem o corpo imperfeito,
debalde, pretendia
era uma palavra sadia...
sem sinais de combate,
cansaço
nem esquizofrenia...
h.f.
em idos de 2009.
demasiadamente vaga,
embora tardia
não era o que a minha
alma sonhadora sol_via
nem o corpo imperfeito,
debalde, pretendia
era uma palavra sadia...
sem sinais de combate,
cansaço
nem esquizofrenia...
h.f.
em idos de 2009.
10/02/2014
por gosto
ESQUECI seu nome
rosto
endereço
se cedo ou tarde
fim
ou começo
esqueci de mim
e por gosto pereço
h.f.
10 fev./2014
02/02/2014
Mar de chuva e sóis
A luz no corredor
A porta entreaberta
A sala quase deserta
O relógio na parede
O perfume ainda no ar.
A cadeira de balanço
Os óculos no armário de estanho
A fumaça do cigarro
A canção no rádio
A foto 3X4
O abajur, as cortinas, o porta-retrato.
A mesa na sala de jantar
A TV em preto e branco
O sofá, o centro, o candelabro
E os meus tamancos.
A gravata amarela e a sua seda azul.
O colarinho em desalinho
O paletó em puro linho
O vinho tinto, a alva porcelana.
Os discos de vinil
Carlos Gardel na vitrola
O velho e bom colchão de mola
A colcha de "chenil".
Os bordados nos lençóis
A purpurina, a lamparina, o brio.
Rosas, borboletas, girassóis...
Mar de chuva e sóis no meio de nós.
Hercília Fernandes
*Poema classificado em 5° lugar em Concurso Literário
Internacional, promovido por Arnaldo Giraldo (Edições AG), para composição da
antologia "Ritmo Vital" (All Print Editora-São Paulo, 2007, p. 118).
Assinar:
Postagens (Atom)
"O sonhador, em seu devaneio, não consegue sonhar diante de um espelho que não seja profundo."(Gaston Bachelard)