29/04/2012

da (re)produção do não-lugar


O espaço do poder, enquanto espaço do vazio, é o espaço do interdito/interditado.
Os espaços da monumentalidade se cruzam, é o espaço do poder, e por isso “do ver”.
O espaço é construído em função de um tempo e de uma lógica que impõe
comportamentos, modos de uso, o tempo e a duração do uso.

Ana Fani Alessandri Carlos,
in O lugar no/do mundo.




a placa informa,
adverte

delimita ações,
espaços

o corpo
[essa caixa de recepções
e ressonâncias]
não extrapola interdições

as divisões que erguem
[sobre todos os ângulos
e sentidos]
ostensivos obstáculos

apesar das ânsias
[e profundezas] na/da epiderme
que requerem extinguir

muros
vazios
inter_ditos


correntezas
e
acorrentados




hfernandes


25/04/2012

e a poesia segue o seu fluxo


.
.
.

ora é sertão
seja Caicó ou Cajazeiras
ora é Nietzsche
ou Pessoa, alma 'cem' fronteiras
ora é o rio
a nuvem, o arco
o estio
ora somos nós
chuva de sóis na nova/velha embarcação


.
.
.



hfernandes



23/04/2012

eleito




o meu poema preferido
é aquele que, de mim, não sai
se atento ao escrito,
ele diz-me ao pé do ouvido:
não prendo navio ao cais




hfernandes


 
*Arte: Tempestade no mar, de Aivazovsky.

16/04/2012

à Scarlett O'hara



se isso que é tão
me for unilateral
então chamarei
o sopro, o vento
e a ventania pra
mover temporal



afinal, amanhã será outro dia





adéliando




um amor puro...
deixemo-nos aos mansos
ou às amélias

que tenhamos um amor feinho,
miúdo à Adélia




hfernandes



02/04/2012

não necessariamente freudiana...




se me visse às vestes
de uma personagem

sairia das páginas
de uma minissérie

escrevendo uma tese
e pensando em você

:

não necessariamente
freudiana...




hfernandes



"O sonhador, em seu devaneio, não consegue sonhar diante de um espelho que não seja profundo."

(Gaston Bachelard)