Haverá o dia em que não precisarei de mais nada
Todas as coisas me parecerão águas mansas, intactas.
Haverá o dia em que não precisarei mais de ti
nem de anjos, vilões ou querubins.
Haverá o dia em que serei apenas nuvem
E abrigar-me-ei no entardecer d’algum rio.
Haverá o dia em que somente passarinho
E o meu canto inundará em desfiladeiros mares bravios.
...
E todas as coisas me serão imensuráveis
Não mais ciência, promessa, filosofia...
Todas as coisas me serão improváveis
Como o calar na boca beirando maresia.
E não mais dor, pranto, suor, disritmia
Não mais a borboleta, nem a elegia...
Não mais a borboleta, nem a elegia...