Cortarei as asas das borboletas
Para que fiquem imóveis.
Para que não pousem levianas,
Fazendo ciranda, em alheios móveis.
Cortarei as asas das borboletas
Para que não percam a cor e a beleza.
Para que não busquem néctar nas flores;
Para que não vivam por vãos amores.
Cortarei as asas das borboletas
Para que definhem até a morte.
Para que mudem o seu destino e a sua sorte.
Cortarei as asas das borboletas
Para que morram sentindo as dores
Pela ausência que jaz, o néctar das flores.
(Renúncia, in: Retrato de Helena, 2005, p. 70)
Para que definhem até a morte.
Para que mudem o seu destino e a sua sorte.
Cortarei as asas das borboletas
Para que morram sentindo as dores
Pela ausência que jaz, o néctar das flores.
(Renúncia, in: Retrato de Helena, 2005, p. 70)