Reuni os meus apetrechos,
espalhei flores sobre a cama.
Penteei meus longos cabelos
joguei os pés, doídos, à santa.
Caí na calada da noite
cantei, dancei música cigana.
Colei retratos na janela
bebi álcool com laranja.
Depois subi pelas paredes:
(quase lhe pedindo...)
socorro, pano, lâmpada!
Mas você nada me disse
nem nada me fingiu dizer.
Nem mesmo me arriscou um palpite
sobre o meu jeito lânguida de ser.
É por isso que eu fico assim meio triste
(nesse disse me disse)
Esperando...
minhas coisas:
..........[cama (de flores)
..........[santa (de redenção)
..........[cigana (de amores)
..........[laranja (de odores)
..........[lâmpada (de contemplação)
..........[lânguida (de solidão)
Você [me] recolher!...
Texto postado em 19 ago. 2007.
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