16/07/2008

Ave de rapina



Catarina e Ana Amélia, duas vidas distintas.
Um silêncio comum: Túlio!
E a sua ave de rapina...

Enquanto Catarina sorria
Ana Amélia se entristecia
(E o Túlio?... a todas comprazia)


Enquanto Ana Amélia cozia o almoço
Catarina se entretia no cordão
(E o Túlio?... fazia bolhas com sabão)


Enquanto a Catarina saía da fadiga
Ana Amélia reacendia o fogo
(E o Túlio?... se mostrava atencioso)


Enquanto Ana Amélia serena dormia
Catarina nos lençóis suplicava...
(E o Túlio?... cansado se glorificava)


Catarina e Ana Amélia, vidas distintas,
almas atadas
à calada ave de rapina!...


"O sonhador, em seu devaneio, não consegue sonhar diante de um espelho que não seja profundo."

(Gaston Bachelard)