19/12/2010

à óleo





sobre meu cavalo alado
busco o brilho das estrelas
a sensação primeira do último olhar

voo em direção aos pássaros
contemplo caravelas e náufragos
desvio do que me faz recuar

são tantas noites sem luar...
dias, cem olhos, manhãs, tardes a vagar

eu já não sei se posso...
se à óleo aquarela saberei [te] pintar

pois há mãos em meus sonhos
e elas desenham vidas análogas,

sem linhas paralelas...




*O poema visual de Fouad Talal (Gestalt II) contribuiu para elaboração do último terceto da canção.
*Imagem sem indicação de autoria, via Google.
"O sonhador, em seu devaneio, não consegue sonhar diante de um espelho que não seja profundo."

(Gaston Bachelard)