31/01/2010

peso e medida



De repente...

Não mais que de repente...

E só ficaram as vestes noturnas da saudade

E pousaram, sobre mim, as escuras asas da sobriedade.


Porque o verde virou cinza

(tenho visto, não há cor pior!)

E o azul glicerina

(tenho dito: a imagem deformou-se por tanta dó).


O olhar sereno, meigo, inocente

perdeu a cor, o ritmo, o tom

Dando lugar à dúvida, à luxúria...

ao peso e à medida da razão.


E o olhar entristecido,

embevecido no trajeto e no passo vazio,

rio estarrecido das cores cinza do frio coração.


Assim, haja vista!...



(02 Jan. 2007)


*Imagem localizada no Google.

"O sonhador, em seu devaneio, não consegue sonhar diante de um espelho que não seja profundo."

(Gaston Bachelard)