É chegado o fim do ano.
Mais um ano...
Mais um ano...
Um ano para esquecer
Um ano para acalentar
Um ano para redescobrir.
O que seria de nós se não houvesse os relógios?
E os ponteiros e os calendários e os seus óbitos?
[...] se não existissem demarcações?
Nos olhos, nas luzes, nas sombras, nas combustões?
O que faríamos, nós, com a existência de um grau zero?
Uniríamos começo, meio, fim...
e destilaríamos nos caldeirões os seus mistérios?
[...] se deixássemos ser a chuva?
E sermos leveza, transparência, flor, candura...
e a tudo transformar?
É chegado o fim do ano
Embora eu já tenha comprado meus novos tamancos...
Não tenho nenhuma pressa em calçá-los!